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História
História

A criação do Instituto Pestalozzi de Goiânia, em 1955, foi o marco inicial para a educação da pessoa surda em Goiás. Ali se foram agrupando , aos poucos, diversos deficientes auditivos e, pelos anos 60, já havia quase 50 pessoas surdas estudando naquele instituto, então situado na 5ª Avenida, Vila Nova. Os alunos e outros surdos não alunos costumavam a se reunir, no intervalo do almoço, para bate papo em torno do professor Edson Franco Gomes que, vindo da cidade de Rio de Janeiro, onde estudou no Instituto Nacional de Educação dos Surdos, gostava de contar casos acontecidos com ele lá no Rio de Janeiro.

A idéia de criar uma associação de surdos começou por 1967. Um surdo, o senhor Ademar Ferreira de Freitas, a viajar para o Rio de Janeiro, recebeu a solicitação do Edson, trazer uma copia do estatuto da Associação dos Surdos de Rio de Janeiro. Assim feito e com a cooperação do senhor Hélvio Antônio de Oliveira, que elaborou um estatuto simplificado, a 22 de outubro de 1968 foi criada, em caráter experimental, a Associação dos Surdos do Estado de Goiás, aos poucos e aos tropeços foi mantendo os surdos unidos na pratica de esportes.

Chegado o ano de 1975, as pessoas surdas acharam que era tempo de fundar definitivamente sua associação. Num domingo de maio, reunidos no velho galpão de recreio do Instituto Pestalozzi (mudado para o Setor Pedro Ludovico), 33 pessoas surdas assinaram a ata de intenção de fundação da Associação dos Surdos de Goiânia (ASG), comprometendo trabalharem para sua consolidação e afirmação nos meios sociais, culturais, educacionais e esportivos. Hélvio refez o estatuto, aprovado, publicado no Diário Oficial do Estado de Goiás e registrado em cartório, legalizando assim a existência da ASG. A 12 de julho de 1975 foi instalada definitivamente.

Nos seus primeiros anos de existência, a ASG continuou-se desenvolvendo na parte esportiva, ganhando conceito e respeito entre as associações de surdos de todo o Brasil. Na parte social, as festas de aniversário atraiam centenas de pessoas surdas numa alegria contagiante. E ainda havia os festivais de chope, festas de confraternização natalina, muitas excursões sociais e esportivas, trazendo mais glorias do que tristezas.

O sonho da ASG era ter a sede própria. Na casa do Edson, um quartinho abrigava os arquivos, os troféus e o pequeno patrimônio da ASG, até que, em março de 1981, alugou-se uma sala comercial à Av. 24 de Outubro, Setor dos Funcionários, onde ficamos até l984, passando para uma pequena casa situada à rua T-30, nº 182, Setor Bueno. Ainda assim, a ASG não podia se desenvolver, pois os recursos angariados iam sempre para quitar alugueis e impostos. Em 1985, com a ASG passando por uma fase difícil, Hélvio assumiu a presidência fazendo a promessa de dar a ASG uma sede definitiva.

Houve uma experiência num barracão construído no Instituto Pestalozzi. Em 1986, Hélvio foi chamado para conversar com a então Primeira Dama do Estado, D. Lidia Quinan, dela recebeu a noticia da construção do Centro de Apoio a Pessoa Deficiente, na 9ª Avenida, Vila Nova, com três blocos, cada um destinados aos surdos, aos cegos e aos deficientes físicos. Em 1987, a ASG instalou-se no Centro Apoio ao Deficiente Auditivo (CADA) onde, em conjunto com a Promoção Social, desenvolveu um trabalho de apoio aos deficientes auditivos de Goiânia, oferecendo cursos profissionalizantes (datilografia, corte e costura, tapeçaria, lapidação, e outros) assim como estudo dirigido e terapia de linguagem, mais assistência social, médica, psicológica e odontológica, e curso de LIBRAS.

Mas... o sonho da sede própria continuava. Em 1989, D. Maria Osséria, diretora do CBIA-GO (Centro Brasileiro de Infância e Adolescência), em conversa com o Hélvio, disse: Arranja um lote que eu ajudo a construir a sede. Hélvio, Marcus Vinicius e Emiliana Maria (Milú) empenharam-se na procura do lote. Milu veio entrar em contato com a senhora Maria Cristina Craveiro Campos, consultada se poderia vender um pequeno lote; fez ela um conselho de família e deu a resposta: não venderia nada, mas sim, faria uma doação em homenagem a seu pai, já falecido, pois ele gostava de fazer caridade.

Foi uma emoção danada! Regularizamos a área doada e, no dia 23 de março de 1990. e, Assembléia Geral, D. Maria Cristina fez a entrega da escritura à ASG.

Com o local garantido, avisamos D. Maria Osséria e, através do CBIA, recebemos comunicado para apresentar um projeto em que houvesse apoio profissionalizante aos deficientes auditivos. Com a idéia de montar uma oficina sócio-pedagógica, propomos manter uma serigrafia e ateliê de costura. Projeto aceito e em abril de 1991 deu-se inicio da construção de um modesto galpãozinho. Logo terminadas as obras, empenhamos na sua ampliação  e, ao mesmo tempo, em convênio com a Secretaria do Estado de Educação, criamos cursos de alfabetização, fundamental 1ª fase, apoio pedagógico, ginástica, iniciação esportiva e curso de LIBRAS.

A ASG não parou de crescer: construiu sua quadra de esportes com cobertura e vestuário, ampliou a escola com mais salas de aula, salas de apoio pedagógico, sala de LIBRAS, sala para professores e coordenadores, sala de vídeo-biblioteca, sala de informática, um novo bloco para oficinas profissionalizantes (serigrafia, costuras, marcenaria); refeitório, etc. Sem falar na ampliação do patrimônio imobiliário, com a autorização da Prefeitura para uso da área vizinha (chácara V) e a doação das chácaras III e IV pelo Governo do Estado, Tem ainda um veiculo kombi, 12 lugares, adquirido em convênio com o MEC/FNDE. Mais um veículo Palio Fiat, adquirido com recursos próprios. 

E colocou à disposição dos associados e de todas as pessoas surdas que a procura, os serviços de assistência social, psicologia, fonoaudilogia, audiometria, encaminhamentos ao mercado de trabalho, encaminhamentos a médicos, odontólogos, exames clínicos; assistência jurídica; assistência de intérpretes; concessão de passe livre no transporte urbano, nacional e estadual. Sem esquecer as partes: social, saúde, esportiva e lazer.

Os anos de 1990 para cá, marcaram uma nova etapa na vida da ASG. Sob o lema O SILÊNCIO NÃO IMPEDE DE SERMOS ÚTEIS e instalados em casa própria, empenhamos em dar continuidade aos objetivos estatutários, criando uma escola especial, Centro Especial Elysio Campos, celebrando convênios com a Secretaria do Estado de Educação, Secretaria do Estado de Cidadania e Trabalho, FUMDEC, Fundo Municipal de Assistência Social, MEC/FDNE, outros órgão públicos e privados. A ASG é reconhecida como entidade beneficente de assistência social pelo Conselho Nacional de Assistência Social, está registrada nos Conselhos Municipal e Estadual de apoio às pessoas portadoras de deficiências. É reconhecida como Utilidade Publica Municipal, Estadual e Federal. Junto com os deficientes físicos, visuais e mentais, luta pelos direitos das pessoas deficientes.

Na parte esportiva, a ASG solidificou seu prestigio. Filiada a FGDS, sempre participou dos eventos promovidos por ela e pela CBDS. A galeria de troféus e conquistas está enriquecida por diversos títulos nacionais, estaduais e regionais. Ressaltar que os atletas goianienses sempre são convocados para defender a CBDS em competições a nível internacional. E a ASG esteve presente na I Olimpíada Brasileira de Surdos (Passo Fundo, RS, maio 2002) e nos Jogos Pan Americanos dos Surdos (Buenos Aires, Argentina, 2003).

A ASG sempre deu apoio às pessoas das cidades do interior do estado de Goiás, ajudando a fundar as associações de surdos de Anápolis (ASANA), Rio Verde (ASRV), Itumbiara (ASIT), Trindade (ASTRI) e Minaçu (ASMI).

A ASG não para de crescer. Edificou um novo bloco para o lazer dos associados; outro bloco para instalar a diretoria, com amplas salas e comodidade para os associados: conseguiu um ônibus para uso próprio, facilitando o transporte para competições, turismo e atividades extras. E tem projetos visando a construção de um centro comunitário e novo prédio para sua escola com o propósito de ser faculdade. E já conseguiu para sua escola os cursos de Educação de Jovens e Adultos nos níveis da 2ª fase do ensino fundamental e do ensino médio.

 

No silêncio que nos une sob as bênçãos de deus, estamos certos de nossa presença e valor.

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